sábado, 20 de dezembro de 2008

Deixem urrar o poeta

A coisa está estranha, há que dizê-lo. Manuel Alegre recuperou o movimento de cidadania que o fez vice-presidente da República, agita as águas nos Fóruns das Esquerdas (excepto a comunista e a dita socialista – sobrando, portanto, todas as outras) e já fala em criação de partidos, embora, segundo diz desde há anos a esta parte, tenha “uma vida política muito longa e este seja um processo muito complexo”.
Vai daí, e parece que todos os partidos resolveram assumir ao mesmo tempo os problemas de identidade que inegavelmente têm. Desde logo, no Centro Democrático Social - Partido Popular, temos a generalidade do partido em ruptura com Paulo Portas, que, dizem os militantes, tornou o CDS/PP a sua quinta privada e se desviou completamente do ideário que Freitas do Amaral e Adriano Moreira preconizaram. No PSD, a generalidade das pessoas já percebeu que dificilmente Manuela Ferreira Leite fará qualquer tipo de oposição a um seu sósia – uma trintena de anos mais novo e consideravelmente mais bonito. É natural que, quando tente dizer alguma coisa, saia invariavelmente merda: é uma tarefa confusa para um idoso tentar articular ideias, quanto mais fingir que se está contra aquilo que se é a favor.
No Partido Socialista, pelo contrário, resolveu José Sócrates por bem anunciar o seu partido como de esquerda moderada e popular, – nem de esquerda, muito menos popular, dizemos nós. Enquanto isso, o Bloco de Esquerda depara-se com novos desafios: com o PS colado à área ideológica do PSD, ou o Bloco dá um passo em frente aproximando-se do que nunca pretendeu ser (humm… um partido de esquerda moderada e popular?) e se faz alternativa governativa para a ex-área ideológica do PS-pré-José Sócrates ou compromete o seu futuro e ficará nos dez por cento até o fim dos (seus) tempos. O Partido Comunista, claro, ficou estagnado na década de 70 do passado século, pelo que não existem ali divergências democráticas.

1 comentário:

Jorge Ramiro disse...

Eu também sou um poeta. Eu sou um poeta, mas o trabalho como um poeta, porque a poesia é o meu hobby, mas a poesia é o que eu mais gosto na vida, porque a escrita me dá prazer. Eu tenho uma fábrica que produz uma casinha para cachorro e então eu tenho um pouco de tempo livre. Quando eu tenho tempo ecrivo.