segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Das origens do losango ao fim da crise

As origens do losango são antigas, muito antigas. Os gregos, que trouxeram algo parecido com isso para Portugal em 2004 – raios partam o Charisteas - criaram o primeiro protótipo em Atenas ainda Deus, o pai, o hebraico, usava fraldas. Ainda sem quatro vértices – o defensivo era pouco importante na altura – o Sócrates – que já na altura jogava descaído para a direita – era um dos três pensadores que juntamente com o Aristóteles e o Platão formavam a tríade ofensiva. O vértice defensivo era ocupado à vez por um qualquer central adaptado, o Hipócrates fazia o lugar algumas vezes com relativo sucesso.
Avançando na História, o Deus, o hebraico, já com idade para ser pai, precisou de povoar o meio campo para conquistar adeptos para um clube que, fruto de uma excelente gestão financeira é, ainda, a par do Manchester City, o mais rico da actualidade. Deus, o judeu, o filho, descaía para o flanco esquerdo, o Pai tinha as tarefas conservadoras do trinco e o Espírito Santo (que agora é guarda-redes no Porto), jogava no vértice ofensivo e era o distribuidor da fé e da bola. Este losango, apesar de mais evoluído ainda era coxo. Na direita numa adaptação que nunca surtiu muito efeito, Maria Madalena foi esquecida e não conseguiu prevalecer na história, um pouco à imagem de Paulo Sousa que ninguém se lembra dele no Mundial de 2002.
Já no século XX, surgiu um jogador com ideias um bocado quadradas e que, por isso, nunca percebeu a ideia do losango. Obcecado com a concorrência para o lugar, mandou matar possíveis reforços que, como ele, fossem um bocado mais baixos que os altos Effenbergs alemães. Ficou a jogar sozinho e um 4-3-3 aliado cilindrou-o em 1945.
Com um bigode um pouco mais ridículo que o de Hitler, Paulo Autuori trouxe o primeiro protótipo de losango para terras lusas e para o Benfica. Era um losango alongado, também conhecido como táctica do pirilau que não surtiu o efeito desejado, ficando o Glorioso virgem em termos de títulos.
Depois de Fernandos Santos, de Peseiros e Bentos, eis que, novamente, surge Sócrates, sempre partindo da direita para o centro, (apesar das vozes contraditórias que dizem que, a sua posição de origem é na esquerda) e cria um losango tecnológico com vértice ofensivo com uma estrela maior: Magalhães. A completar o meio campo, Pinho e Lino, Lino e Pinho, uma espécie de irmãos Laudrup ou De Boer, mas sem laços familiares, compensam o funcionamento mecânico do estratega Magalhães com jogadas imprevisíveis e, por vezes, inconsequentes e estúpidas. O que vale é que neste losango não há casos nem crises, porque o vértice defensivo, o Pinho, acabou com ela (a crise) quando ainda nem sequer tinha começado.
Dava jeito ao Jesualdo um Pinho para o lugar do Paulo Assunção...

NC

1 comentário:

Uma página da minha vida! disse...

Sem palavras...
Vou puxar das minhas insígnias literárias e adjectivar coerente, correcta e merecidamente o que li:

Foda-se, tá altamente mano! Haja luz nessa cabeça para continuares a escrever assim.
Um abraço!

Daniel