As origens do losango são antigas, muito antigas. Os gregos, que trouxeram algo parecido com isso para Portugal em 2004 – raios partam o Charisteas - criaram o primeiro protótipo em Atenas ainda Deus, o pai, o hebraico, usava fraldas. Ainda sem quatro vértices – o defensivo era pouco importante na altura – o Sócrates – que já na altura jogava descaído para a direita – era um dos três pensadores que juntamente com o Aristóteles e o Platão formavam a tríade ofensiva. O vértice defensivo era ocupado à vez por um qualquer central adaptado, o Hipócrates fazia o lugar algumas vezes com relativo sucesso.
Avançando na História, o Deus, o hebraico, já com idade para ser pai, precisou de povoar o meio campo para conquistar adeptos para um clube que, fruto de uma excelente gestão financeira é, ainda, a par do Manchester City, o mais rico da actualidade. Deus, o judeu, o filho, descaía para o flanco esquerdo, o Pai tinha as tarefas conservadoras do trinco e o Espírito Santo (que agora é guarda-redes no Porto), jogava no vértice ofensivo e era o distribuidor da fé e da bola. Este losango, apesar de mais evoluído ainda era coxo. Na direita numa adaptação que nunca surtiu muito efeito, Maria Madalena foi esquecida e não conseguiu prevalecer na história, um pouco à imagem de Paulo Sousa que ninguém se lembra dele no Mundial de 2002.
Já no século XX, surgiu um jogador com ideias um bocado quadradas e que, por isso, nunca percebeu a ideia do losango. Obcecado com a concorrência para o lugar, mandou matar possíveis reforços que, como ele, fossem um bocado mais baixos que os altos Effenbergs alemães. Ficou a jogar sozinho e um 4-3-3 aliado cilindrou-o em 1945.
Com um bigode um pouco mais ridículo que o de Hitler, Paulo Autuori trouxe o primeiro protótipo de losango para terras lusas e para o Benfica. Era um losango alongado, também conhecido como táctica do pirilau que não surtiu o efeito desejado, ficando o Glorioso virgem em termos de títulos.
Depois de Fernandos Santos, de Peseiros e Bentos, eis que, novamente, surge Sócrates, sempre partindo da direita para o centro, (apesar das vozes contraditórias que dizem que, a sua posição de origem é na esquerda) e cria um losango tecnológico com vértice ofensivo com uma estrela maior: Magalhães. A completar o meio campo, Pinho e Lino, Lino e Pinho, uma espécie de irmãos Laudrup ou De Boer, mas sem laços familiares, compensam o funcionamento mecânico do estratega Magalhães com jogadas imprevisíveis e, por vezes, inconsequentes e estúpidas. O que vale é que neste losango não há casos nem crises, porque o vértice defensivo, o Pinho, acabou com ela (a crise) quando ainda nem sequer tinha começado.
Dava jeito ao Jesualdo um Pinho para o lugar do Paulo Assunção...
NC
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1 comentário:
Sem palavras...
Vou puxar das minhas insígnias literárias e adjectivar coerente, correcta e merecidamente o que li:
Foda-se, tá altamente mano! Haja luz nessa cabeça para continuares a escrever assim.
Um abraço!
Daniel
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